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Março Lilás: mês de conscientização sobre o câncer de colo de útero
O mês de março é responsável por acolher um importante movimento de conscientização do público feminino. Conhecido como “Março Lilás”, este período do ano traz uma reflexão sobre a necessidade de discutirmos sobre o câncer de colo de útero.
Para te ajudar a entender mais sobre o assunto, conversamos com a Dra. Patricia Peres – ginecologista e obstetra, confira:
O que é o câncer de colo de útero?
Quando as células da parte inferior do útero sofrem alterações e mutações, gerando células malignas. Essa é uma doença de desenvolvimento lento e que requer muito a atenção da mulher. Ele é causado pela infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV (chamados de tipos oncogênicos).
A infecção genital por esse vírus é muito frequente e não causa doença, na maioria das vezes. Entretanto, em alguns casos, ocorrem alterações celulares que podem evoluir para o câncer.
Essas alterações são descobertas facilmente no exame preventivo (conhecido também como Papanicolau – citologia oncótica), e são curáveis na quase totalidade dos casos.
É o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.
Estimativas de novos casos: 16.590 (2020 – INCA)
Predisposição:
– Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros.
– Tabagismo (a doença está diretamente relacionada à quantidade de cigarros fumados)
– doenças de base, baixa imunidade
Como prevenir ?
A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à diminuição do risco de contágio pelo Papilomavírus Humano (HPV).
– uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina).
– vacinação contra o HPV para ambos os sexos
Sintomas
O câncer do colo do útero é uma doença de desenvolvimento lento, que pode não apresentar sintomas em fase inicial. Nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
O tratamento para cada caso deve ser avaliado e orientado por um médico. Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia (local – CAF, conização/ ampliada – histerectomia total), a quimioterapia e a radioterapia. O tipo de tratamento dependerá do estadiamento (estágio de evolução) da doença, tamanho do tumor e fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos.
Qual é a relação entre o câncer do colo do útero e os HPV?
Essa é uma pergunta bastante comum. Antes de tudo, precisamos entender o que são os HPV (papilomavirus humano) são vírus transmitidos pela relação sexual, capazes de infectar a pele ou as mucosas.
Pelo menos 13 tipos de HPV são considerados oncogênicos. Isso significa que eles apresentam maior risco ou probabilidade de provocar infecções persistentes e estar associados a lesões precursoras do câncer.
Dentre os HPV de alto risco oncogênicos, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do colo do útero. Já os HPV 6 e 11, encontrados em 90% dos condilomas genitais e papilomas laríngeos, são considerados não oncogênicos.
De acordo com o INCA (Instituto Nacional do Câncer), anualmente, 5 mil mulheres morrem e outras 15 mil descobrem ter câncer de colo do útero no país. Destas, 99,7% relacionado ao HPV. Um número alarmante e extremamente alto.
A maioria das infecções por HPV é assintomática ou inaparente e de caráter transitório, ou seja, regride espontaneamente. Tanto o homem quanto a mulher podem estar infectados pelo vírus sem apresentar sintomas.
Quando não vemos lesões, não é possível garantir que o HPV não está presente, mas apenas que não está produzindo doença.
Por isso, a vacinação contra o HPV antes do início da vida sexual e o exame preventivo (de Papanicolau ou citopatológico) são indispensáveis.
Quando essas alterações que antecedem o câncer são identificadas e tratadas, é possível prevenir a doença em 100% dos casos.